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Resenha- O Lobo do Mar

  • Ana Beatriz
  • 3 de jan. de 2016
  • 3 min de leitura

Autor: Jack London

Editora: Zahar

Páginas: 367

Devo começar essa resenha dizendo que a leitura de O Lobo do Mar foi um tanto quanto surpreendente para mim. Quando ganhei o livro, não sabia muito bem do que a história se tratava e não esperava ser cativada por uma história passada em alto-mar (uma vez que nunca havia me identificado com esse tipo de narrativa, que se passa numa realidade tão distante da nossa), mas esse livro mudou completamente minha percepção. Com sua escrita, Jack London nos faz sentir como se realmente estivéssemos a bordo do "The Ghost" (o navio no qual a história se passa), vivendo na pele a vida de um marinheiro.

O Lobo do Mar conta a história de Humphrey van Weyden, um crítico literário que, infortunamente, estava em um navio que sofre um naufrágio, deixando-o à deriva no mar por várias horas até que ele é resgatado pela escuna de caça as focas "The Ghost". O capitão da escuna é Wolf Larsen, um homem com um temperamento um tanto quanto difícil, que impede que o rapaz volte para o continente e obriga-o a permanecer na escuna durante a temporada de caça.

Conforme o tempo passa, Humphrey descobre que o capitão rege o navio de uma forma bastante peculiar, onde a violência corre solta e os princípios se baseiam na lei do mais forte.

Em meio a este cenário, o jovem tem de aprender a trabalhar duro e se impor, e acaba descobrindo essa realidade tão difícil de que sempre o pouparam.

É difícil saber por onde começar a falar sobre um livro tão repleto de qualidades, mas para mim, o principal ponto forte do enredo são os personagens criados pelo autor. Com destaque para Wolf Larsen, que se tornou (na minha concepção) um dos personagens mais peculiares da literatura. Wolf Larsen é um verdadeiro tirano: brutal, selvagem e egoísta e tem um pensamento individualista e material (o que torna o personagem bastante intrigante e ao mesmo tempo genial, pois ele se utiliza de argumentos e citações bastante convincente para defender seu ponto de vista).

Mas, apesar do enfoque para o capitão, os outros personagens não ficam para trás, são todos muito bem construídos pelo autor.

O ponto alto da obra são os diálogos entre Humphrey e Wolf Larsen. O capitão, apesar de viver em alto- mar, é um homem bastante culto, que leu muitos livros e não tinha ninguém com quam falar sobre eles; e é aí que surge Hum. Os dois falam sobre os mais diversos assuntos, mas o grande problema é que os dois são completamente diferentes.

Assim, temos embates intensos entre materialismo e idealismo, Darwinismo e Lamarkismo, entre outros igualmente polêmicos. Isso faz com que o leitor precise escolher um lado, aquele com qual mais se identifica, o que dá ao livro aquele ar de luta do bem contra o mal.

Quase no fim da história, o autor acrescenta um terceiro personagem: Maud, uma moça que também acaba perdida no mar e é resgatada pelo navio de Wolf Larsen. A partir daí surge um triangulo amoroso que antes era inimaginável para um enredo como aquele, mas que acaba sendo super bem construido por Jack London.

O final de cada personagem é bem justificado, dando um desfecho condizente com o resto da obra. Recomento muito a leitura, pois além de uma aventura fantástica, o livro traz muito de psicologia, tanto atravéz dos personagens quanto da vida no navio.

Gostei bastante da edição da Zahar, que é de capa dura (e com uma ilustração maravilhosa). A edição é comentada e trás notas de rodapé (bastante úteis para entender algumas das citações do livro), um glossário de termos náuticos e a cronologia do autor.

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