top of page

Resenha- Psicose

  • Ana Beatriz
  • 4 de jan. de 2016
  • 3 min de leitura

Autor: Robert Bloch

Editora: DarkSide

Páginas: 256

Psicose é um clássico do terror, que foi consagrado através da adaptação de Hitchcock para os cinemas. Inspirando até hoje novas produções, Robert Bloch é considerado um precursor do horror como conhecemos hoje.

Psicose, inicialmente, conta a história de Marion Crane, uma mulher jovem que rouba 40 mil dolares de seu chefe para quitar as dívidas de seu noivo e ter o casamento que tanto deseja. Após o roubo, ela foge. Em certo momento, ela se desvia da estrada principal e devido a forte chuva daquela noite, ela acaba se hospedando num hotel a beira da estrada, o Bates Motel. E lá a jovem conhece Norman Bates.

Norman Bates é o dono do Bates Motel, que mora numa casa nos fundos da propriedade junto com sua mãe, Norma. Os únicos passatempos de Norman são a taxidermia e as atividades relacionadas a supervisão do estabelecimento, que devido a criação de uma nova estrada principal na cidade, está em decadência.

Depois de muitos dias sem notícias de sua irmã Mary, Lily decide procurá-la, e sem êxito, vai ao encontro de Sam, o noivo de Mary, mas o jovem também não a viu. Então os dois contratam um detetive particular e após algum tempo, percebem que a verdade é muito pior do que eles imaginam.

É difícil falar de Psicose sem contar o final da trama, que de longe é a melhor parte da história e um dos finais mais incríveis de todos os tempos.

Como o livro foi lançado em 1959 e o filme em 1960, é difícil encontrar alguém que não saiba da grande reviravolta da história, portanto, fiquem avisados, a partir daqui teremos spoilers.

Quando li o livro, já sabia de toda a história, porque já tinha visto o filme, que por sinal, é bem fiel. Mas acreditem, não perde a graça, muito pelo contrário, o livro e o filme se complementam e o mais incrível é ver como Bloch conseguiu descrever de maneira tão perfeita o funcionamento de uma mente doentia.

O termo Psicose refere-se a um quadro psicopatológico clássico, onde a pessoa sofre de um estado psíquico no qual perde a noção do real. Podem ocorrer alucinações ou delírios, desorganização psíquica que inclua pensamento desorganizado e/ou paranoia, acentuada inquietude psicomotora, sensações de angústia intensa e opressão, e insônia severa.

O livro é angustiante, isso porque o terror no qual se baseia é totalmente psicológico e nos faz pensar em como a mente humana é complexa e imprevisível. A partir do momento que perdemos a noção do que é real, surge a paranoia e somos capazes dos mais terríveis feitos.

Robert Bloch se baseou em Edward Theodore Gein, um psicopata que causou uma grande comoção e terror na década de 50. Ed Gein ficou "famoso" pela sua mente doentia, principalmente pelo fato de terem descoberto que ele exumava cadáveres de cemitérios locais e fazia troféus e lembranças com eles (foram encontrados em sua casa crânios humanos empilhados sobre um dos cantos da cama; pele transformada num abajur e usada para estofar assentos de cadeiras;peitos usados como seguradores de copos; crânios usados como tigelas de sopa; etc.). Essa era toda a inspiração de que o autor precisava para escrever Psicose.

E não tem como não falar do filme: assim que leu o livro de Bloch, o cineasta Alfred Hitchcock se viu fisgado. Ele simplesmente precisava ver aquela história virar um filme. A Paramount desaprovou a produção, por achar a história um tanto excêntrica, mas Hitchcock decidiu que produziria o filme mesmo assim. Comprou todas as 3 mil edições do livro, para que ninguém tivesse acesso ao final da trama e assim, se tornasse uma surpresa o final de seu filme. Além disso, arcaria com todas as despesas necessárias ele mesmo. O filme de 1960, estrelado por Janet Leigh, Anthony Perkins, Vera Miles, John Gavin, entre outros, foi um enorme sucesso e hoje é um clássico do cinema. Afinal, quem nunca assistiu a famosa "cena do chuveiro", onde Mary Crane é assassinada a facadas por uma senhora louca e ensandecida?!

O livro é surpreendente: o que assusta não são as mortes ou o sangue. Longe disto, o verdadeiro terror está na mente fria e doentia que causa isto, e Bloch a descreve com maestria.

O mais "fascinante" é ver como a mente humana é cheia de surpresas e pensar que apesar de toda a medicina e psicologia, jamais entenderemos por completo como funciona esta máquina.

Sobre a edição, a editora DarkSide presenteou os leitores brasileiros com duas edições belíssimas de “Psicose”, uma em capa dura e a outra e brochura, as duas igualmente lindas, com capas muito bem pensadas. Vale muito a pena ter; além do livro ser incrível, fica muito bonito na estante.

 
 
 

Comments


Posts Em Destaque
Posts Recentes
Arquivo
Procurar por tags
Siga
  • Facebook Basic Square
  • Twitter Basic Square
  • Google+ Basic Square

© 2023 por Nome do Site. Orgulhosamente criado com Wix.com

  • Facebook App Icon
  • Twitter App Icon
  • Google+ App Icon
bottom of page